Uma pesquisa realizada por alunos da ESPM investigou
a relação entre a atenção dos usuários e o alcance orgânico das mensagens no
Facebook. Notou-se que o usuário nem sempre está prestando atenção na peça que
está visualizando na página da mídia social.
Os
alunos cruzaram as informações coletadas pelo eye-tracking, óculos que consegue
perceber exatamente para onde o usuário está focando o seu olhar na imagem da
tela com os dados dos exames de eletroencefalograma (EEG), que monitoram a
atividade cerebral das pessoas.
A
pesquisa demonstrou que publicar mais vezes ao dia, não aumenta o alcance
orgânico no Facebook, que é o número de pessoas que recebem a mensagem em suas
timelines sem o pagamento de publicidade.
O
estudo também buscou analisar quais fatores impactam o alcance orgânico. Eles
estudaram aspectos relacionados a forma da mensagem e seu conteúdo. O estudo do
alcance orgânico tem chamado a atenção ultimamente, devido a alterações feitas
no algoritmo do Facebook para mostrar posts na timeline. As alterações tornaram
mais difícil as empresas conseguiram visibilidade através do alcance orgânico,
tendo que pagar para garantir que as pessoas verão as suas mensagens.
Isso
mostrou evidências de que mensagens envolvendo ação promocional com ganho
imediato foram as que mais atraíram a atenção dos usuários e possuem uma alta
correlação com o alcance orgânico, atingindo um valor de 0,85 numa escala que
vai de 0 a 1.
A
projeto foi realizada por dois alunos do curso de administração, Felipe
Pohlmann Gonzaga e Natan Chini para elaboração do Trabalho de Conclusão de
Curso, sob a orientação do professor Dr. Claudio Oliveira.
O
objetivo dos alunos era entender como as empresas podem aperfeiçoar os
investimentos de mídia no Facebook utilizando a neurociência. Na pesquisa, o
alcance orgânico das mensagens institucionais, promocionais, de relacionamento
e publicitárias da página de um grande banco foi analisado diariamente por um
mês.
Para
eliminar possíveis erros, foram realizados testes piloto tanto com o
eye-tracking, quanto com a eletroencefalograma. Os exames de
eletroencefalograma foram analisados pela Dra. Christina Morotomi Funatsu
Coelho, que por 23 anos foi professora da Santa Casa, no curso de Neurologia.
Ao
final dos testes com o eye-tracking e do eletroencefalograma foi aplicado um
questionário. O eletroencefalograma demonstrou que é possível medir a atenção
durante um processo cognitivo de observar imagens ou textos, através da
presença de ritmos alfa nos lobos occipital e parietal, e, além disso, a
atenção não se dá pela leitura de todo o contexto e sim por objetos textuais ou
pontos das imagens que se destacam na atenção do indivíduo.
O
estudo abre a possibilidade da aplicação da neurociência na melhoria da
comunicação com o consumidor final. Podendo ser aplicado não apenas nos posts
do Facebook, mas também em campanhas para outros meios e na pesquisa e
desenvolvimento de novos produtos. Espera-se também que a disseminação de
dispositivos que monitoram dados biométricos de seus usuários como óculos,
relógios e tênis conectados, a chamada Internet das coisas, impulsione este
tipo de pesquisa.
Fonte: Consumidor Moderno, disponível em http://boo-box.link/226EH
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