Os desportistas que penduraram as chuteiras para montar sua própria empresa aprenderam com o esporte valores como constância, esforço e ambição. Na Espanha, as finanças são o destino preferido destes atletas do mundo empresarial. Entre os brasileiros, as preferências se dividem em vários setores. Ronaldo Nazário, o Fenômeno, por exemplo, é sócio da academia A! Body Tech, no Rio de Janeiro. O ex-capitão do Internacional, Fernandão abriu em Porto Alegre o restaurante temático Il Calcio. Já Pelé, o rei do futebol, também virou craque fora dos gramados, com uma série de empreendimentos, entre eles uma academia e a Pelé Arena Café & Futebol.
A palavra "atleta" vem do grego "athlos", que significa "competição", e não há disputa maior que o dia-a-dia dos negócios. Este é o principal alento que os atletas que passaram do esporte para os negócios extraíram de sua carreira.
Para Kike Sarasola, jóquei olímpico em três ocasiões e hoje presidente da cadeia hoteleira espanhola Room Mate, as lições aprendidas no esporte são essenciais na condução da rede. "O esporte ensina disciplina, constância e algo muito importante nos negócios: trabalhar com objetivos". O executivo assegura que a experiência esportiva pode ser transferida à empresa, mas com algumas diferenças. "Os objetivos impostos ao esportista são para quatro anos. Na empresa o ritmo é mais rápido".
Na preparação aos Jogos de Atenas em 2004, ele caiu do cavalo e ficou quatro meses parado. Neste momento, decidiu dedicar-se por completo à cadeia hoteleira que preside. "A passagem da hípica aos negócios foi saltar de uma obsessão à outra, à qual você dedica toda a sua energia e tempo."
Desde que fundou o primeiro hotel, em 2005, Sarasola colocou em atividade 17 unidades e tem cinco em processo de abertura, na Espanha e em países como Estados Unidos, México e Argentina. "Tanto no esporte como nos negócios, tem-se de ter ambição", ensina Sarasola, principal acionista da companhia, com 62,8%.
O jóquei aponta outra semelhança entre a competição esportiva e a rotina empresarial. "O esporte é o lugar onde as coisas mudam mais rapidamente. Um dia o indivíduo é o rei porque ganhou e, no dia seguinte, é o último. É uma lição de humildade."
Saúde física e mental
Juan Antonio Samaranch Filho, que diz ter praticado todos os esportes - embora seu preferido seja o pentatlo moderno -, é conselheiro da GBS Finanzas Investcapital, empresa que fundou com Pedro Gómez Baeza, em 1991. "O esporte é fundamental para enfrentar o mundo profissional. Proporciona a você boa saúde física e mental".
Sua experiência mais recente foi a disputa da Maratona de Nova York. "Preparar-se para uma maratona é um grande treinamento, porque estabelece a você um objetivo e é necessária a constância e a tenacidade, como nos negócios, mas corrê-la é um pesadelo".
Samaranch colabora com o United in Sports, fundo de investimento com foco em negócios esportivos, e está aproveitando os Jogos Olímpicos de Pequim para realizar contatos e estudar perspectivas e negócios. O executivo faz uma recomendação aos departamentos de recursos humanos das companhias. "Os esportes em equipe estimulam as relações e o crescimento pessoal, qualidades muito valorizadas no mundo da empresa". Além do mais, prossegue o executivo, "o esporte é uma plataforma para criar pessoas mais capazes".
Um esportista que se destacou tanto nas pistas como no mundo dos negócios foi o ucraniano Sergei Bubka. Especialista em salto com vara, ele ganhou seis mundiais entre 1983 e 1997, além do ouro nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988. Nascido em 1963, em Lugansk, Bubka recebeu o prêmio Príncipe das Astúrias dos Esportes em 1991 e, atualmente, preside o Rodovik Bank, da Ucrânia. A instituição financeira conta com uma captação na bolsa de valores de €233,32 milhões e teve receitas líqüidas de €4,33 milhões em 2007.
Já a espanhola Carlota Castrejana é uma atleta polivalente, que compete na modalidade de salto triplo, mas que também disputou - e com êxito - provas de salto em altura e em distância. Antes de se dedicar ao atletismo, Castrejana foi jogadora olímpica de basquete em Barcelona, em 1992.
A atleta combina o trabalho - no escritório de advogados Gómez-Acebo & Pombo, como especialista em Direito Esportivo - com as provas de atletismo. Competiu, por exemplo, no salto triplo em Sydney 2000 e Atenas 2004. Ouro europeu de pista coberta em 2007, em Birmingham (Inglaterra), ela não se classificou nas preliminares de salto triplo em Pequim, no dia 15.
Em todo o mundo, há inúmeros outros casos atletas que, após a carreira esportiva, se dedicaram aos negócios, como o mítico tenista Björn Borg. O sueco de cabelos ruivos, que brilhou em Wimbledon, tem hoje uma cadeia de lojas de roupa esportiva com o seu nome. Já o romeno Ion Tiriac, outro fenômeno do tênis, preside o Banca Tiriac e é um dos homens mais ricos de seu país. Em todos os casos, em vez de medalhas olímpicas, os ex-atletas e hoje executivos correm atrás um outro tipo de ouro.
Fonte: Por Expansión, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 13
A palavra "atleta" vem do grego "athlos", que significa "competição", e não há disputa maior que o dia-a-dia dos negócios. Este é o principal alento que os atletas que passaram do esporte para os negócios extraíram de sua carreira.
Para Kike Sarasola, jóquei olímpico em três ocasiões e hoje presidente da cadeia hoteleira espanhola Room Mate, as lições aprendidas no esporte são essenciais na condução da rede. "O esporte ensina disciplina, constância e algo muito importante nos negócios: trabalhar com objetivos". O executivo assegura que a experiência esportiva pode ser transferida à empresa, mas com algumas diferenças. "Os objetivos impostos ao esportista são para quatro anos. Na empresa o ritmo é mais rápido".
Na preparação aos Jogos de Atenas em 2004, ele caiu do cavalo e ficou quatro meses parado. Neste momento, decidiu dedicar-se por completo à cadeia hoteleira que preside. "A passagem da hípica aos negócios foi saltar de uma obsessão à outra, à qual você dedica toda a sua energia e tempo."
Desde que fundou o primeiro hotel, em 2005, Sarasola colocou em atividade 17 unidades e tem cinco em processo de abertura, na Espanha e em países como Estados Unidos, México e Argentina. "Tanto no esporte como nos negócios, tem-se de ter ambição", ensina Sarasola, principal acionista da companhia, com 62,8%.
O jóquei aponta outra semelhança entre a competição esportiva e a rotina empresarial. "O esporte é o lugar onde as coisas mudam mais rapidamente. Um dia o indivíduo é o rei porque ganhou e, no dia seguinte, é o último. É uma lição de humildade."
Saúde física e mental
Juan Antonio Samaranch Filho, que diz ter praticado todos os esportes - embora seu preferido seja o pentatlo moderno -, é conselheiro da GBS Finanzas Investcapital, empresa que fundou com Pedro Gómez Baeza, em 1991. "O esporte é fundamental para enfrentar o mundo profissional. Proporciona a você boa saúde física e mental".
Sua experiência mais recente foi a disputa da Maratona de Nova York. "Preparar-se para uma maratona é um grande treinamento, porque estabelece a você um objetivo e é necessária a constância e a tenacidade, como nos negócios, mas corrê-la é um pesadelo".
Samaranch colabora com o United in Sports, fundo de investimento com foco em negócios esportivos, e está aproveitando os Jogos Olímpicos de Pequim para realizar contatos e estudar perspectivas e negócios. O executivo faz uma recomendação aos departamentos de recursos humanos das companhias. "Os esportes em equipe estimulam as relações e o crescimento pessoal, qualidades muito valorizadas no mundo da empresa". Além do mais, prossegue o executivo, "o esporte é uma plataforma para criar pessoas mais capazes".
Um esportista que se destacou tanto nas pistas como no mundo dos negócios foi o ucraniano Sergei Bubka. Especialista em salto com vara, ele ganhou seis mundiais entre 1983 e 1997, além do ouro nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988. Nascido em 1963, em Lugansk, Bubka recebeu o prêmio Príncipe das Astúrias dos Esportes em 1991 e, atualmente, preside o Rodovik Bank, da Ucrânia. A instituição financeira conta com uma captação na bolsa de valores de €233,32 milhões e teve receitas líqüidas de €4,33 milhões em 2007.
Já a espanhola Carlota Castrejana é uma atleta polivalente, que compete na modalidade de salto triplo, mas que também disputou - e com êxito - provas de salto em altura e em distância. Antes de se dedicar ao atletismo, Castrejana foi jogadora olímpica de basquete em Barcelona, em 1992.
A atleta combina o trabalho - no escritório de advogados Gómez-Acebo & Pombo, como especialista em Direito Esportivo - com as provas de atletismo. Competiu, por exemplo, no salto triplo em Sydney 2000 e Atenas 2004. Ouro europeu de pista coberta em 2007, em Birmingham (Inglaterra), ela não se classificou nas preliminares de salto triplo em Pequim, no dia 15.
Em todo o mundo, há inúmeros outros casos atletas que, após a carreira esportiva, se dedicaram aos negócios, como o mítico tenista Björn Borg. O sueco de cabelos ruivos, que brilhou em Wimbledon, tem hoje uma cadeia de lojas de roupa esportiva com o seu nome. Já o romeno Ion Tiriac, outro fenômeno do tênis, preside o Banca Tiriac e é um dos homens mais ricos de seu país. Em todos os casos, em vez de medalhas olímpicas, os ex-atletas e hoje executivos correm atrás um outro tipo de ouro.
Fonte: Por Expansión, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 13
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