Pular para o conteúdo principal

Marketing deve focar a experiência do cliente

Reproduzo aqui alguns trechos da entrevista de Shaun Smith à HSM Management. Vale a pena refletir sobre alguns de seus conceitos.

"Clientes novos muitas vezes recebem mais atenção e ofertas melhores do que clientes com os quais se trabalha há anos. Em alguns setores, clientes novos recebem mais atenção, descontos maiores e negócios melhores do que clientes de longa data. Em termos de lealdade, isso é uma loucura".

"O termo 'lealdade' tende ser mal empregado. A maioria das organizações acha que se refere à fidelidade dos clientes. Mas deveria ser o contrário: é a empresa que deve ser leal a seus melhores clientes e oferecer-lhes um valor que não encontrarão no mercado de massa. Só há verdadeira lealdade quando existe um compromisso emocional com uma organização ou produto. E esse compromisso nasce de uma vivência singular com a marca ou com a organização capaz de criar valor real para o cliente".

"As empresas devem dar muito mais ênfase em melhorar a experiência de seus clientes, esta é a chave para criar lealdade verdadeira".

"A maioria das organizações exerce controle bem rigoroso [tight] sobre o que os funcionários devem fazer, mas é bastante branda [loose] em relação ao porquê de eles agirem assim. Em outras palavras, possuem procedimentos e normas estritas que os funcionários devem seguir mesmo quando não fazem sentido para o cliente. É preciso inverter esse quadro. Ou seja, de um lado, deveriam ser muito rigorosas no que diz respeito a comunicar aos funcionários quem é o público-alvo, o que os clientes valorizam e qual a promessa da marca e o tipo de experiência que desejam para os clientes; de outro, deveriam ser um pouco mais soltas em relação ao modo como isso chega até o cliente, permitindo que os funcionários usem seu próprio discernimento".

"Um dos princípios básicos de estratégia de negócios é diferenciar, não plagiar. O professor Michael Porter, possivelmente o mais famoso estrategista vivo hoje, afirma que estratégia significa escolher o que fazer e, mais importante ainda, o que não fazer. Na melhor das hipóteses, quem tenta copiar outra organização acaba ficando em segundo plano; na pior, torna-se totalmente inadequado".

"Em vez de apenas copiar os concorrentes, as empresas devem passar a focar a diferenciação e o atendimento das necessidades do público-alvo, procurar criar valor para os clientes a fim de garantir sua lealdade para o resto da vida. Minha recomendação é conheça seus clientes-alvo e o que eles valorizam. E então concentre todos os seus esforços em oferecer-lhes esse valor".

"Muitas organizações introduzem o conceito de 'clientes internos'. Isso é perigoso, pois, em minha opinião, só existe um cliente: a pessoa que paga por seu produto ou serviço. Focar as necessidades do chefe ou dos colegas é um caminho arriscado, pois é muito fácil acabar focando melhorias que satisfarão o chefe ou facilitarão a vida dos colegas, mas trarão pouco ou nenhum benefício para os clientes".

"É muito mais importante que a organização primeiro decida qual é a sua estratégia e então determine como poderá concretizá-la criando e gerenciando uma Branded Customer Experience que a realize todos os dias –ou seja, uma experiência tão singular, tão satisfatória e tão valiosa para o cliente que a própria experiência define a marca".

"É provável que não exista uma única grande organização que hoje não diga que “satisfazer o cliente” é um valor fundamental. Na realidade, porém, a experiência da maioria dos clientes é medíocre e basicamente não-diferenciada".

"Falar sobre 'serviço' é focar a empresa; falar sobre a 'experiência' é focar o cliente. Há uma enorme diferença entre o modo como a maioria dos executivos se refere aos clientes e o modo como os líderes que adotam práticas incomuns o fazem. O cliente não é apenas uma das coisas a qual dedicam atenção; é a principal. Eles entendem que, para exceder as expectativas, a marca, a experiência do cliente e a estratégia têm de estar alinhadas".

Fonte: www.hsm.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç