Enxugar as despesas e cortar custos são medidas necessárias e urgentes em momentos de crise, mas, sozinhas, quase sempre insuficientes. Sobreviver às turbulências do mercado e conseguir traçar um plano para a retomada dos negócios exige mudanças mais densas e profundas nos modelos de gestão.
"Durante o período de crescimento dos últimos anos, observamos as empresas crescerem de maneira pouco estruturada. O mercado aquecido exigia pressa, respostas rápidas, e para atender a essa demanda as organizações foram atuando de forma desordenada", afirma o sócio da Booz & Co Paolo Pigorini.
A partir dessa situação, explica o executivo, criaram-se estruturas e modelos de gestão ineficientes e pouco ágeis, que não se sustentam na crise. Com base em estudo feito com diversas empresas brasileiras, chilenas e argentinas de médio e grande e porte - com faturamento anual acima de R$ 300 milhões - Pigorini constatou que um bom modelo de gestão deve abranger três pontos básicos: centro corporativo, unidades de negócio e serviços de suporte. E é preciso cuidar de todos ao mesmo tempo, pois são áreas que interagem e afetam umas as outras.
"Um dos principais problemas é a falta de clareza de responsabilidades. Há uma confusão de papéis nesses três blocos", afirma. Um caso recorrente, segundo ele, é a empresa ter um centro corporativo de tamanho exagerado, de custo alto e sem função específica. "Em algumas empresas o centro corporativo audita operações, em outras capacita talentos e pode também pesquisar e desenvolver produtos. O importante é definir bem qual o seu papel para que se possa cobrar resultados."
Um modelo de negócios desestruturado faz com que as unidades de negócios não se sintam bem servidas e acabem criando uma nova operação além da oferecida e compartilhada pela organização para atender determinadas necessidades. "As unidades de negócio devem ser organizadas adequadamente por segmentos, processos ou funcionalidade, além de terem um modelo apropriado para cada tipo de indústria", diz Pigorini.
Em relação aos serviços de suporte, o sócio da Booz & Co destaca a preocupação das empresas em centralizar as operações, mas não em melhorar os processos e as práticas para serem mais competitivas. "O prestador de serviço interno deve ter um custo menor ou, no máximo, igual ao do mercado e com nível de atendimento satisfatório para todas as unidades. O que vemos, porém, é que essas relações não estão estabelecidas. Falta controle e supervisão."
Pigorini ressalta que o ideal seria que as empresas reorganizassem seu modelo de negócios a cada 3 ou 5 anos para alinhar e atualizar sua gestão e seus processos. Se a companhia não tem esse hábito, pode aproveitar para fazer isso agora, na crise. "Esta é uma época que exige reações, atitudes e mudanças por parte dos líderes. É um momento oportuno para imprimir uma visão mais holística e menos segmentada nos processos e nas pessoas", afirma.
Fonte: Por Rafael Sigollo, in Valor Econômico
"Durante o período de crescimento dos últimos anos, observamos as empresas crescerem de maneira pouco estruturada. O mercado aquecido exigia pressa, respostas rápidas, e para atender a essa demanda as organizações foram atuando de forma desordenada", afirma o sócio da Booz & Co Paolo Pigorini.
A partir dessa situação, explica o executivo, criaram-se estruturas e modelos de gestão ineficientes e pouco ágeis, que não se sustentam na crise. Com base em estudo feito com diversas empresas brasileiras, chilenas e argentinas de médio e grande e porte - com faturamento anual acima de R$ 300 milhões - Pigorini constatou que um bom modelo de gestão deve abranger três pontos básicos: centro corporativo, unidades de negócio e serviços de suporte. E é preciso cuidar de todos ao mesmo tempo, pois são áreas que interagem e afetam umas as outras.
"Um dos principais problemas é a falta de clareza de responsabilidades. Há uma confusão de papéis nesses três blocos", afirma. Um caso recorrente, segundo ele, é a empresa ter um centro corporativo de tamanho exagerado, de custo alto e sem função específica. "Em algumas empresas o centro corporativo audita operações, em outras capacita talentos e pode também pesquisar e desenvolver produtos. O importante é definir bem qual o seu papel para que se possa cobrar resultados."
Um modelo de negócios desestruturado faz com que as unidades de negócios não se sintam bem servidas e acabem criando uma nova operação além da oferecida e compartilhada pela organização para atender determinadas necessidades. "As unidades de negócio devem ser organizadas adequadamente por segmentos, processos ou funcionalidade, além de terem um modelo apropriado para cada tipo de indústria", diz Pigorini.
Em relação aos serviços de suporte, o sócio da Booz & Co destaca a preocupação das empresas em centralizar as operações, mas não em melhorar os processos e as práticas para serem mais competitivas. "O prestador de serviço interno deve ter um custo menor ou, no máximo, igual ao do mercado e com nível de atendimento satisfatório para todas as unidades. O que vemos, porém, é que essas relações não estão estabelecidas. Falta controle e supervisão."
Pigorini ressalta que o ideal seria que as empresas reorganizassem seu modelo de negócios a cada 3 ou 5 anos para alinhar e atualizar sua gestão e seus processos. Se a companhia não tem esse hábito, pode aproveitar para fazer isso agora, na crise. "Esta é uma época que exige reações, atitudes e mudanças por parte dos líderes. É um momento oportuno para imprimir uma visão mais holística e menos segmentada nos processos e nas pessoas", afirma.
Fonte: Por Rafael Sigollo, in Valor Econômico
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