Pular para o conteúdo principal

Idéias no guardanapo

Quando executivos do banco Wells Fargo e do site de leilões eBay procuraram o consultor Dan Roam, trouxeram-lhe um problema incomum: “Dan, você nos ensina a desenhar?”. Pode soar a excentricidade. Mas não é o que acha a lista crescente de executivos que correm para a Digital Roam, consultoria visual fundada por Roam em São Francisco, na Califórnia, onde mora. Entre os fãs do consultor estão Chris Liddell, vice-presidente financeiro da Microsoft, e Andy Ruben, diretor de estratégia de marcas do Wal-Mart.

“O desenho é uma ferramenta para a solução de problemas nos negócios”, diz Roam. “Devemos nos tornar mais visuais e menos dependentes da linguagem discursiva.” Foi o que o consultor fez em 1990 quando, sem saber russo, abriu um escritório de design em Moscou. Comunicava-se basicamente por desenhos. No ano passado, Roam lançou o livro The Back of the Napkin: Solving Problems and Selling Ideas with Pictures (“O verso do guardanapo: solucionando problemas e vendendo ideias com desenhos”, inédito em português), que chegou ao topo dos livros de negócios mais vendidos da Amazon.

“Quase sempre as ideias de negócios que geram mais entusiasmo são tão simples que podem ser desenhadas num guardanapo”, diz o consultor americano Carmine Gallo. Os desenhos tornaram-se rotineiros nas reuniões de empresas de tecnologia, como Microsoft e Infosys. Eles servem para simplificar a explanação sobre fluxos de dados ultracomplexos. “Estávamos lutando para nos comunicar internamente sem ruídos”, disse o CEO da Infosys, Stephen Pratt.

O fascínio pelos desenhos, seja na lousa ou num guardanapo, tem explicação neurológica. Segundo Roam, 75% do cérebro humano é utilizado para processar informações visuais. Muitas dessas áreas não são ativadas pelo discurso.

O consultor afirma também que a pessoa não precisa ser exímia desenhista para se comunicar por imagens. “A questão é apresentar de modo claro as ideias que passam em nossa cabeça”, afirma. Então, que tal começar a treinar num simples guardanapo de papel?





Fonte: Por Álvaro Oppermann, in epocanegocios.globo.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç