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Consumidor compra até apartamento pelo Twitter

A notícia da venda de um apartamento de R$ 500 mil pelo Twitter, rede social de troca de mensagens curtas, poderia muito bem fazer parte de um episódio do programa de televisão "Acredite se quiser", apresentado pelo ator Jack Pallance nos anos 80.
Apesar de extravagante, a informação é verdadeira, informa a construtora Tecnisa. Em sua própria página na rede social, a companhia comemora: "Agora é oficial! Fizemos nossa primeira venda pelo Twitter. E viva o Twitter", dizia uma mensagem enviada na quinta-feira.

O negócio fechado pela Tecnisa mostra que as redes sociais começam a mostrar-se uma fonte de receita para as empresas que decidem usá-la como canal de negócio. Os especialistas dizem, no entanto, que num meio tão novo, no qual o comportamento do consumidor ainda é difícil de prever, as empresas precisam agir com muito cuidado para ter sucesso.

É uma lição que o site de comércio eletrônico BestShopTV, da Fundação Cásper Líbero, aprendeu no mesmo dia em que a Tecnisa fez seu anúncio. Uma promoção com desconto de 90%, programada para a madrugada de quinta-feira fez o acesso ao site subir 1.300%. Seria uma ótima notícia se a infraestrutura de tecnologia tivesse suportado a carga. A procura intensa congestionou a página da BestShopTV, obrigando a companhia a adiar a promoção para o dia seguinte.

"Já se descobriu que as ofertas são uma iniciativa de sucesso no Twitter", diz Leandro Kenski, diretor executivo da Media Factory, empresa de publicidade digital que integra a holding Ideiasnet. Faltam, no entanto, casos de sucesso que demonstrem quais são as melhores práticas.

Para o consumidor, o benefício tem sido encontrar um meio adicional para realizar tarefas que ele teria de fazer de qualquer jeito. "Era o estilo de apartamento que eu estava procurando, na região que eu e minha esposa queríamos. E nós nunca tínhamos visto a obra ali", diz Roberto N., que comprou o apartamento da Tecnisa. Executivo da área de tecnologia de uma empresa em São Paulo, ele prefere não revelar o sobrenome.

Segundo Romeo Busarello, diretor de marketing da Tecnisa, duas outras pessoas se interessaram pela mesma oferta que agradou Roberto no Twitter. Uma desistiu e outra está em negociação avançada. "As pessoas [que acompanham a empresa pelo Twitter] estão em um momento de compra e querem amadurecer a ideia", diz ele.

Na casa dos 40 anos de idade, Roberto está fora da faixa etária mais comum entre os usuários do Twitter, segundo pesquisa da agência Bullet. O levantamento mostra que a maioria dos usuários tem entre 21 e 25 anos. O profissional se encaixa, entretanto, entre um dos principais públicos da rede por profissão. Na pesquisa, 12,76% das pessoas afirmaram atuar nas áreas de ciências, tecnologia e programação. Esse é um dado relevante para as empresas ajustarem suas campanhas na rede. "O Twitter ainda é uma aplicação de nicho, do pessoal de tecnologia e comunicação", comenta José Calazans, analista do Ibope Nielsen Online. Segundo ele, em abril, o site Twitter.com recebeu 999 mil visitas de usuários residenciais de internet no Brasil. Para os próximos meses, Calazans prevê uma queda no número de visitas à medida que o Twitter deixar de ser tão comentado na mídia.

Muita gente que está experimentando o Twitter pretende reforçar suas ações on-line. Depois do problema inicial, a BestShopTV já planeja novas empreitadas na rede social. "Precisaríamos de uma fábula de dinheiro para conseguir a exposição que tivemos", avalia Fábio Marques Santos, diretor de marketing do site.


Fonte: Valor Econômico

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