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Modalidades sofisticadas atraem interesse das marcas

Um estudo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), produzido a partir da combinação de diferentes pesquisas de mercado, mostra que os negócios relacionados ao esporte movimentam cerca de R$ 31 bilhões por ano no Brasil. No mundo, essa indústria fatura cerca de US$ 500 bilhões.

Há uma série de que fatores que ajudam a entender o desenvolvimento do setor. Uma delas é a possibilidade de aumentar a visibilidade da marca diante de um consumidor qualificado. Outra é a chance de estreitar relacionamento com os públicos de interesse de uma marca.

Dada a possibilidade de aliar essas duas qualidades, esportes individuais e voltados a um público de alto padrão, como golfe, hipismo e automobilismo, despertam cada vez mais o interesse de grandes marcas.

"Uma das tendências atuais é a adoção de estratégias que associem o produto ao estilo de vida diferenciado dos praticantes ou simpatizantes dessas modalidades mais sofisticadas", diz Claudinei Santos, coordenador do núcleo de estudos da pós-graduação em marketing esportivo da ESPM. "São eventos para empresas que têm produtos que trabalham com a idéia de exclusividade e individualidade", diz.
Algumas marcas usam esses eventos esportivos para fazer o que os marketeiros chama de "trading up" (valorização do produto ou serviço para alcançar uma faixa mais nobre do mercado).

O GP Brasil de Golfe, que está em sua terceira edição, acontecerá dia 29 de outubro, na quarta-feira anterior ao GP Brasil de Fórmula 1, e reúne grandes empresários locais e seus principais clientes, além dos pilotos da modalidade. Os brasileiros já estão confirmados para este ano: Felipe Massa, Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet. Além deles, também virão David Couthard, Gil de Ferran, Hélio Castroneves e Tarso Marques e Nelsinho Piquet. "O GP Brasil de Golfe surgiu por meio de uma demanda dos pilotos de F1, que, quando vinham disputar o GP Brasil de Fórmula 1, queriam um lugar para jogar golfe", conta Geraldo Rodrigues, presidente da ReUnion Sports & Marketing, organizadora do torneio.

O investimento no GP de golfe é de R$ 1 milhão. Bridgestone, Mitsubishi Motors e Martin Brower patrocinam o evento, cuja verba será revertida para a GRAAC. "As marcas hoje precisam enxergar o marketing esportivo como um meio e não um fim. Só colocar uma placa ou adesivo não funcionar mais. É preciso fazer uma série de ações com os clientes, para ativar a marca", observa Rodrigues.

A GT3, modalidade de carros turismo lançada no Brasil no ano passado, reúne os "carros do sonho": Ferrari F430, Aston Martin DBRS9, Lamborghini Gallardo, Porsche 997, Chevrolet Corvette Z06, Dodge Viper Competition Coupé, Ascari ZW1R, Morgan Aero V8, Ford GT e Jaguar XKR. Grandes nomes do automobilismo mundial também marcam presença, como Emerson Fitipaldi e Ingo Hoffmann, além de personalidades como o cineasta Walter Salles e o apresentador Otávio Mesquita.

Com o patrocínio da Telefônica, que dá nome ao evento, a Telefônica Speed GT3 Brasil conta também com o apoio das marcas Lobini, Montana, Michelin e Positron. "A GT3 é a categoria de carros mais nobre do automobilismo. A pessoa que vê esses carros nas vitrine da Europa consegue aqui ver os carros em competição", diz Rodrigues.

As marcas patrocinadoras fazem ações de relacionamento nos HCs (Hospitality Center), levam os clientes para visita os boxes e até guiar os carros. Com investimento de R$ 6,5 milhões, a GT3, transmitida pelo Sportv, movimenta R$ 20 milhões, entre investimento nas equipes, etapas e cotas de TV.

Já o hipismo foi o esporte que mais subiu no último Índice J.Cocco (IJC), da J.Cocco Sport Mkt, de 1006 para 1054 pontos, ocupando a sétima posição no ranking das modalidades esportivas. O esporte ganhou fôlego no País com novos eventos, como o Athina Onassis International Horse Show, patrocinado por Nestlé, Gerdau, Mapfre Seguros, Cerasa, Hilton, Hyundai, Amil, Pamcary, Rolex, CN, Vivo, Editora Escala e Volkswagen Caminhões.

"As empresas têm espaços e estandes para fazer ações de relacionamento dentro do evento. E o hipismo, em si, já é um esporte capaz de atrair um público mais elitizado, das classe A e AB", informa Rodrigo Rivellino, da Aktuell p.s.v.a, agência produtora do evento. Rivellino destaca a visibilidade e o retorno do projeto, que é transmitido para 56 países pelos canais Eurosport. No Brasil, Globo e Sportv farão a cobertura.

A segunda edição do evento - que será a final da Copa do Mundo de Hipismo, reunindo os 10 melhores ginetes do planeta - acontecer´´a entre 8 e 12 outubro, em São Paulo, com investimento de R$ 14 milhões e US$ 2 milhões em prêmios. O custo de transporte dos 61 cavalos que sairão de Maastricht, na Holanda, é de US$ 700 mil.


Fonte: Por Gustavo Viana, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3

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