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Aprenda a fazer o que deve ser feito

O que tem de ser feito pelos líderes para que os colaboradores entreguem o que a empresa precisa? Essa teria de ser a grande pergunta que os líderes inteligentes deveriam fazer, todos os dias, no início do expediente, para as suas equipes. O princípio da unidade de comando, tão apregoado na administração de Fayol [Henri Fayol, economista cujos estudos têm ênfase na estrutura organizacional], há muito caiu por terra.

Hoje o comando nas grandes corporações é horizontal, não é mais vertical, como antigamente. E o papel do grande líder, antes quase decorativo e baseado no velho modelo de mandar fazer o que ele achava que tinha de ser feito, agora é muito mais o de um ser inspirador. Sua ação visa alinhar os objetivos da empresa com o da equipe, promovendo a interação e convencendo os seus colaboradores sobre o que realmente precisa ser feito.

Engana-se quem pensa que hoje o líder detém o poder de mando. Não é mais seu dever mandar fazer, e sim a sua fundamental missão discutir com a sua equipe o que tem de ser feito para que se garanta o êxito dos objetivos estabelecidos. Líderes desta nova era precisam, acima de tudo, saber vender bem suas idéias para que elas sejam aceitas. E isso implica conhecer seus limites, poderes e atribuições e fazer com que a equipe os conheça melhor do que você mesmo, para poder servi-los.

Este é um excelente ponto de partida para se ter ordens claras com execuções precisas. O maior pecado que um líder pode cometer é se achar líder. As pessoas têm que buscar habilidades e competências de liderança, mas julgar-se poderoso leva à arrogância, e esta, quando não mata, cega. Se por ser ou estar na liderança, penso que mando, acabo de encontrar o atalho para o fracasso. É preciso substituir o mandar pelo conquistar, o determinar pelo pedir, e ainda ser capaz de criar e manter a harmonia na equipe.

Por isso, talvez seja tão desafiador tornar-se líder de fato e com sucesso. Afinal, quando todos estão em harmonia, sabem o que têm de fazer. Mudei minha forma de pensar sobre o poder da liderança no dia em que virei o organograma de cabeça para baixo e coloquei o cliente no topo. Comecei a trabalhar para ele. Aliás, quem na empresa não trabalha para o cliente, deveria trabalhar para quem trabalha com o cliente. No topo da pirâmide, deve aparecer quem está ao lado do cliente. Na seqüência, a diretoria, que trabalha para as unidades de suporte. E, lá, por último, o presidente, que trabalha para a diretoria e empurra os outros até chegarem ao topo, logo ao lado do cliente.

Sem envolvimento não existe comprometimento em nada que fazemos em nossas vidas. E o que isto representa? Deixar o ego do lado de fora, ter consciência de que a vaidade só atrapalha. Ao invés de esperar servirem o café na sua sala, é mais fácil pegar o seu café na máquina da empresa e passear pelos departamentos, conversando e sentindo como as pessoas executam suas tarefas. Assim, você verá que a cobrança é percebida de outra forma. E os resultados serão diferentes. As pessoas não querem lideranças "commoditizadas", querem princípios.

O líder é aquele que tem princípios e valores inspiradores. Que transforma inspiração em ação. O grande líder é o responsável pela entrega dos resultados. Isto é não é delegável. Sozinho ele não entregará nada. Portanto, se quiser ter sucesso como líder, ame as pessoas e pense nelas. Não mande, comande. Esteja com a equipe, para ter a equipe junto com você. E aí, resta alguma dúvida ainda sobre o que precisa ser feito?


Fonte: Por Carlos Alberto Júlio, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 11

Comentários

Anônimo disse…
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