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Gestão de Pessoas: Um terreno fértil para estudos e pesquisas

A gestão de pessoas é um terreno fértil para estudos, pesquisas e conclusões supreendentes. Pesquisas revelam que, por trás da burocracia, das folhas de pagamentos, da busca e da avaliação de talento, do treinamento e dos pacotes de remuneração há histórias de pessoas, com suas fraquezas, preferências, inquietudes e aspirações.

Há de tudo: algumas vezes, para obter uma promoção, basta conquistar um clube de fãs dentro da organização que impulsionem o líder para a fama que ofereça um posto de direção; e, outras vezes, simples bolachas podem contribuir para que as reuniões sejam mais produtivas. A curiosidade não tem limites.

Quer ser promovido ? Converse com seu chefe sem rodeios. A resposta, aparentemente a mais evidente, foi corroborada por um estudo. Nada menos que mil profissionais confirmaram que os espanhóis que buscam promoção acudem a seus chefes em primeiro lugar, com argumentos de peso que sustentam e avalizem suas idéias. Segundo esse estudo, elaborado pela escola de negócios ESCP-EAP, os espanhóis recorrem à lógica mais pura para levar adiante as propostas e, diferente de seus colegas europeus, como não, exploram seu melhor ativo: a própria personalidade.

Fazem uso do marketing pessoal, com o objetivo de conseguir melhoras salariais ou escalar postos na empresa. Outros dos estratagemas mais utilizados para galgar postos na empresa são a busca de aliados estratégicos dentro da empresa - um grupo de seguidores como se fosse um clube de fãs - que apóiem suas petições, e o mais arriscado, porém com freqüência mais ficaz: ir direto aos diretores do primeiro escalão e ignorar o chefe imediato, para fazer reclamações e pedidos sem mediadores.

O estudo também descobriu outra peculiaridade do caráter dos profissionais espanhóis. Eles preferem receber ordens e as executarem antes de se envolverem na tomada de decisões. "Cabe ao chefe tomar a decisão, eu não me responsabilizo", é uma frase comum nas empresas espanholas, uma situação que contrasta com as organizações do restante da Europa. Além disso, diferentemente de seus vizinhos europeus, os espanhóis confiam cegamente nos relacionamentos pessoais com amigos, familiares e conhecidos quando se trata de fechar acordos ou realizar operações importantes para a empresa sem necessidade de justificar objetivamente essas decisões.

Mais da metade dos chefes são habilidosos. Em vez de formar a equipe e coordená-la, eles preferem realizar as tarefas eles mesmos, de maneira que perdem a eficiência e a produtividade; dedicam 40% de suas jornadas de trabalho para tarefas impróprias ao posto, e só cerca de 2% à formação. Esse é o perfil mais comum nas corporações de bombeiros, segundo o estudo da consultora Abantia Group, nas quais o chefe só atua quando a situação é limite. No restante do tempo ele adota uma gestão passiva, permanece inativo à espera do próximo incêndio.

Também é habitual encontrar o superman, o cansado e o burocrata. O primeiro é muito ativo, se encarrega do planejamento e da distribuição, é o número um: distribui as tarefas e além disso recebe e dá o treinamento necessário. Os burocratas são obcecados pelo papel e passam a maior parte do tempo fazendo relatórios; e por último, os cansados se caracterizam pela desmotivação total que os leva a passar o tempo de forma improdutiva. São maus companheiros e maus subordinados, e são capazes de ficar 60% da jornada sem trabalhar.

Talvez não haja necessidade de demonstrar empiricamente, porque todo o mundo sabe, por experiência própria, quanto tempo se perde nas reuniões. Há quem, em vez da reunião, prefere dedicar seu tempo a investigar por que se perde tanto tempo quando um grupo de pessoas se reúne em torno de uma mesa de trabalho. As conclusões são demolidoras, em vista de um estudo do qual participou o guru e nventor americano Roger Von Oech, que inclusive elaborou o Think Box, uma fórmula para tirar o tédio das salas de reuniões.

Segundo a pesquisa, realizada entre um milhar de executivos britânicos, dois de cada cinco funcionários "passam as reuniões sonhando acordados com o jantar ou com vai passar na televisão à noite". Além disso, cerca de 42 passam o tempo das reuniões pensando nas férias, enquanto uma terça parte admite ter dormido durante uma reunião tediosa. Cerca de 35% assinala que, com freqüência, se surpreendem numa atitude de desconectar.

Também foram estudados os métodos de distração preferidos para matar o rato da sonolênca: cerca de 59 conseguem ficar acordados desenhando, e 52 recorre a jogos diversos. Curiosamente, 83% dos entrevistados asseguram que preferem manter longas conversações telefônicas com um familiar e prestar atenção só na primeira parte da reunião, que é quando se costuma escutar a informação relevante. Cerca de 73% afirmam ser capazes de prestar atenção se a pessoa que conduz a reunião tem uma voz monótona.

Roger Von Oecha elaborou os Think Boxes como solução para evitar o aborrecimento nas reuniões salvando os principais obstáculos que podem fazer com que essas fracassem, como são a perda do objetivo ou a falta de criatividade. Cada Think Box contém salas inspiradoras, desenhadas para fazer os assistentes se concentrarem desde o início da reunião. Também conta com ferramentas para liberar a energia nervosa, prevenir distrações e revitalizar a criatividade durante uma reunião.

Por último, os cartões para pensar oferecem uma perspectiva diferente sobre a questão que se discute. A questão das reuniões e sua efetividade parecem preencher o tempo dos pesquisadores sobre o comportamento humano. Às conclusões anteriores se pode acrescentar as de outras pesquisas, muito mais curiosas. Uma pesquisa realizada pela rede de hotéis Holiday Inn entre um milhar de profissionais do mundo dos negócios revela que as simples e coditianas bolachas podem melhorar a qualidade de uma reunião e influir no comportamento dos diretores de empresas, empreendedores e investidores nas salas de reuniões.


Fonte: Por Expansión, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 11

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