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Liderança, um dom que pode ser desenvolvido

Falamos, em nosso último artigo, sobre a discordância, tanto do público em geral quanto de diferentes autores, sobre liderança e gerenciamento. Firmamos nossa posição de que gerenciar é uma das funções do verdadeiro líder.
Uma segunda diferença de conceituação, também entre leigos e diferentes autores, é acerca da etiologia da liderança. É uma característica inata, geneticamente adquirida, ou pode ser desenvolvida?

Acreditamos na segunda hipótese. Qualquer pessoa tem capacidade de desenvolver as características emocionais que lhe permitirão liderar pessoas em situações específicas.

A observação, no entanto, mostra que algumas pessoas têm, desde muito cedo e naturalmente, características pessoais que facilitam o exercício precoce da liderança. São os ditos "líderes naturais". Porém, acreditamos que mesmo tais pessoas precisarão desenvolver algumas habilidades, entre elas, formas maduras de lidar com suas próprias emoções, para poderem lidar adequadamente com as emoções dos outros.

Nessa série de artigos analisaremos esse desenvolvimento emocional. Voltaremos, para tanto, à nossa definição de líder, também publicada em artigo: "líder é uma pessoa que sabe o que quer e quer o que sabe". Essa definição inclui as características fundamentais do líder.

Os traços essenciais do líder são a coragem. Ele tem um sonho, como muitas pessoas têm. E tem a coragem de testar seu sonho, que poderá ter sucesso, ou fracassar.
Se não testasse seu sonho, teria - para sempre - uma fantasia. Sem fracasso, nem sucesso.

A segunda característica é saber ouvir. Contrariando às expectativas, falar bem, articulada e didaticamente, diante de um público pequeno ou grande, ajuda muito. Mas não é essencial. Saber ouvir é que dá identidade a outra pessoa. É a condição fundamental para a conquista do comprometimento. Para se conquistar o comprometimento, segundo Immanuel Kant, a pessoa deve ser tratada como maior, para que possa ser autônoma. Ser maior significa pensar por si. Ninguém pensa por ela. Desta forma, poderá, diante de normas, entender seu significado. Se a norma fizer sentido, a pessoa se apropria dela, que passa a ser sua. Isso lhe permitirá estar pendente em si mesma. Dentro de si. In. Independente.

Para comprometer os outros com seu sonho, o líder precisará seguir o mesmo roteiro, que começa com a explicitação do sonho. Isso exigirá maturidade para ouvir o que a outra pessoa pensa do sonho, para que possa, então, introjetá-lo, caso ele faça sentido. O outro precisará ser maior, autônomo e independente, para que possa se comprometer.


Fonte: Por Paulo Gaudencio, in (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 10

Comentários

Anônimo disse…
La ringrazio per Blog intiresny
Anônimo disse…
Texto interessante neste espaço, reflexôes como aqui vemos dignificam ao indivíduo que reflectir neste blogue :)
Faz mais de este sítio, a todos os teus amigos.

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