Pular para o conteúdo principal

Os novos paradigmas do consumo

A tendência do mercado faz com que empresas trabalhem focadas em não gerar a ruptura da marca com o cliente, ou seja, no rompimento da relação entre consumidor e produto, e neste tipo de situação, o consumidor se mostra muito atento. Todo o trabalho de atingir o público consumidor leva uma dose de carga emotiva, que passa a ele a confiança na hora de escolher o que quer.

Neste panorama, as marcas hoje se vêem praticamente obrigadas a criar sempre novas situações que chamem o consumidor para compra, potencializando a sua criatividade em campanhas publicitárias e ações de marketing especializadas, sem restrição de público, abraçando tanto programadores quanto chefes de cozinha. Esta é uma das tendências para o mercado consumidor em todo o planeta. “É preciso que as empresas saibam compartilhar suas ações e campanhas com os novos públicos”, diz o italiano Francesco Morace, sociólogo e presidente de conceito Futuro Lab, no II Seminário de Comportamento e Consumo, realizado no Rio de Janeiro na última semana.

No conceito de tendências existem muitos aspectos que podem ser acoplados. Hoje, com o avanço do poder do consumidor, as empresas já se manifestam no sentido de proporcionar maior liberdade de escolha para seus clientes. O mercado de varejo mundial está bem representado pelo Donner Street Market, ou mercado de rua estrangeiro, que possibilita o consumidor se movimentar, escolher seus produtos em um ambiente de variedades.

Novos paradigmas
O valor psicológico existente nas tendências pode ser notado a partir das vitrines de lojas que buscam trilhar o caminho da novidade. Mesmo um produto acessível, prático, deve obedecer à tendência do consumo mundial que é mudar a vitrine toda semana para manter uma relação com os clientes. Esta é a regra da compra e venda. Outro ponto importante é a velocidade de pensamento. É preciso trabalhar com isto, receber a mensagem do consumidor e elaborar uma estratégia em cima da idéia com velocidade. “Os produtos com imagem forte, normalmente facilitam o jogo da surpresa do consumidor”, explica o sociólogo.

O Brasil está bem encaminhado no sentido das tendências, segundo Sabrina Dozelli, da Future Concept Lab. O país possui culturas, como a do café, que gerou pesquisa internacional sobre gostos, além dos produtos originais do país, presentes no cotidiano do povo. “A Casa Cor propõe excelência de projetos. O Brasil mostra excelência em cuidado com o corpo também”, diz a executiva, que ressaltou popularidade do cirurgião Ivo Pitanguí no exterior. “Todos vêm aqui para adiquirir esses métodos. Nos últimos cinco anos, a exportação de cosméticos também aumentou 150%”, conclui.

No varejo, a novidade é o básico, para cada vez mais facilitar o cotidiano dos consumidores devido a experiências, particularidades de consumo, visto que hoje não há muito tempo para o escolher os produtos. “O luxo é a experiência e o design a maquiagem do produto”, diz Morace.

Surrealismo
A possibilidade de viver, tocar com as mãos e saborear a vida real é o luxo do futuro e assim se medem as novas tendências do mercado. Hoje vemos o que era surrealismo antigamente tomar frente no dia-a-dia dos povos. Para caracterizar este fato, o Funk carioca serve como um bom exemplo de surrealismo que se faz presente em países do mundo todo. “É uma linguagem e modalidade, que encanta outros povos, assim como os fenômenos da moda”, diz Morace.

Experiências novas fazem parte das tendências assim como estão presentes no surrealismo do consumo. Neste quadro surge o gosto pessoal, ou Emotional Insight, que nada mais é do que a potencialidade emotiva do olhar interior. A visão emocional caminhando com a percepção sensorial. “A arte hoje pode ser vista como a grande atrativa da marca, assim como um cheiro característico de uma marca, que nasce das sugestões dos consumidores”, conta Sabrina.

Nos pontos de venda existem inúmeros meios de agregar valores a produtos e serviços, que não estavam nos planos de nenhum departamento de marketing tempos atrás. As temáticas dos PDVs traz músicas ligadas diretamente à identidade da marca, assim como cheiros e gosto. Todos interligados através dos sentidos do homem.

A credibilidade de uma marca precisa de tempo para ser percebida pelo consumidor. Esta é normalmente uma experiência que leva muitos anos para ser aceita ou reconhecida. Para acelerar este processo, a marca deve investir em criatividade. Esta criatividade pode ser ajudada pelas novas tecnologias e certamente pela grande quantidade de variedade que existe no Brasil.


Fonte: Por Thiago Terra, in www.mundodomarketing.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç