Humberto Massareto tem uma boa idéia para cada nova situação, todos os dias. Segundo ele, isso é resultado de muito treino e sem dúvida, uma prova de que criatividade pode ser um dom adquirido. Paulistano de 48 anos, Massareto dá aula de criatividade na Fundação Armando Álvares Penteado, a FAAP, matéria obrigatória na fundação para graduação e pós-graduação. Já treinou 14.600 executivos na arte de preparar o cérebro para fabricar boas idéias. É tudo questão de prática, garante.
Massareto também é palestrante e co-autor de "Potencializando sua Criatividade" (DVS Editora). Em suas aulas e palestras, apresenta técnicas de estímulo e desenvolvimento da criatividade, para gerar inovação, enfatizar a exploração de estratégias para desbloqueio da capacidade de geração de idéias e aplicar o conhecimento em situações práticas. Ele é categórico: "criatividade combina três fatores, conhecimento, imaginação e avaliação". O processo criativo não acontece por acaso, ocorre quando há domínio do conhecimento suficiente que a sustente e a promova. "Solucionar problemas tem sido uma das principais funções da criatividade ao longo da história. Problemas do tipo: como mover uma pedra muito pesada, como fazer e manter aceso o fogo, como descobrir se uma raiz desconhecida é ou não comestível, como unir nove pontos com quatro retas consecutivas ou com a fome no mundo", destaca o professor.
Ao contrário do que muita gente acredita, criatividade tem muito mais a ver com repertório do que com inspiração divina. É método, processo, controle e resultado. "Criatividade vai além. Lidamos com pessoas, constituímos equipes, grupos, times, e as pessoas têm perfis diferenciados, resultado de suas histórias pessoais. Nossas equipes ocupam posições e nelas é preciso avaliar se a empresa e o ambiente são propícios para a prática da criatividade", diz Massareto.
Atitudes como viajar para lugares diferentes, experimentar uma nova culinária, diversificar a leitura ou até mesmo fazer outro caminho para o trabalho, também estimulam a criatividade. Em resumo, para dominar essa habilidade é preciso vontade e falta de tempo não pode ser desculpa.
Principalmente para executivos de alto escalão com uma rotina pesada, lotada de compromissos e responsabilidades, ter o diferencial da criatividade torna-se altamente valioso. Até mesmo para encontrar soluções inusitadas para problemas aparentemente sem solução.
Segundo o professor, "a pior atitude que uma pessoa pode adotar, profissional ou pessoalmente, é a de se contentar com a primeira resposta certa diante de uma situação que exige uma solução". A melhor solução não é necessariamente a primeira, esta é apenas a primeira alternativa ou a primeira resposta certa.
As 8 leis da criatividade de Alan Black
Convencer alguém de seu potencial criativo não é assim tão simples. "Passamos mais de metade de nossas vidas repetindo tarefas rotineiras, sem nos provocarmos, sem nos surpreendermos ou sem procurar surpreender clientes, patrões, comunidade ou pessoas de nosso convívio", conta Massareto. São muitos os fatores de bloqueio à criatividade, mas as ações para reativar essa qualidade das pessoas são práticas e fáceis de implantar. Alan Black, consultor norte-americano, sugere oito leis da criatividade e do pensamento criativo, aqui complementadas por Humberto Massareto:
Quebre os lápis de cor: transgrida e aja como se fosse uma criança em seu primeiro dia de aula, que não conhece as regras e que não precisa manter seus lápis inteiros. A combinação das partes coloridas dos lápis de várias cores podem produzir resultados inesperados.
Construa comunidades criativas: se duas pessoas pensam exatamente da mesma forma, uma delas é desnecessária. Construa comunidades que facilitem e promovam a divergência e discussão (em seu sentido mais positivo) de idéias criativas para as diferentes situações do cotidiano corporativo.
Aqueça-se para criar: assim como quando vai à academia, aqueça-se e prepare-se para os momentos em que sua criatividade será mais exigida. O ambiente, em todos os seus aspectos sensorial-perceptuais, interferem na qualidade de nosso produto criativo. Condições agradáveis de iluminação, ventilação, acomodação, ruído, aroma e até mesmo paladar favorecem o estado mental mais adequado à criatividade. Mas nem sempre é ou pode ser assim. No trânsito, quando você deve decidir por uma entre duas ou mais opções de caminho, você não dispõe das condições que desejaria. Nessas horas a melhor forma de seu cérebro driblar as condições menos favoráveis é oferecer a melhor opção de resposta. Aplique técnicas de pensamento divergente e convergente: a professora de criatividade da FAAP, Stela Maris Sanmartin, repetia com insistência para que nós, seus alunos, não esquecêssemos "divergir para convergir". Divergir, gerar opções, e convergir no sentido das respostas de melhor qualidade. Sem dúvida você já aplicou muitas dessas técnicas para resolver as mais diferentes situações. Entre as técnicas divergentes estão: brainstorming, brainwriting, relações forçadas; entre as convergentes: potencial positivo de interesse, matriz de valor, identificação de pontos fortes e solução criativa de problemas.
A anti-criatividade: sempre que assumirmos que sabemos tudo sobre algo ou algum assunto, nós limitamos nossa capacidade criativa, pois perdemos a curiosidade. Evite a anti-criatividade, jamais contente-se com o que você já sabe, pois sempre será possível ir além.
O ambiente criativo: além dos aspectos sensorial-perceptuais mencionados na lei número 3, o ambiente criativo considera também as atitudes, suas e das pessoas com quem convive e interage. Em relação a cada um de nós, há pelo menos quatro tipos de pessoas com quem lidamos: iguais, complementares, contrastantes, contraditórias. E também há as frases que aniquilam idéias, como "Isso não vai funcionar", "Esse projeto não cabe em nosso orçamento", ou "A diretoria jamais aprovará essa idéia" devem ser substituídas por prêmios para idéias criativas, para o apoio aos projetos, para o encorajamento. No momento de convergir, a hora de colocar os pés no chão, você e sua equipe poderão avaliar se a idéia pode ou não ser implantada naquele momento.
O Q+?: isso em sua mão é um livro, e o que mais? Um leque, um peso para papéis, um suporte para preencher um cheque, um chapéu para proteger o penteado da chuva. Olhe para tudo ao seu redor, olhe para as situações que pedem soluções em sua empresa e pergunte-se: "O que mais?".
Realidade ou ilusão: nem tudo é o que parece. Nem sempre o que você imaginou é exatamente a verdade. Muitas pessoas nos Estados Unidos suicidaram-se ou morreram do coração quando, no dia das bruxas de 1938, Orson Welles narrou da rádio Mercury a invasão da Terra por marcianos, baseando-se no livro a Guerra dos Mundos de Herbert George Wells. O que sentiriam nossos bisavós ao assistirem nos dias de hoje no cinema ou em DVD com som 5:1 um filme de ficção científica?
Ferramentas e técnicas da criatividade: são mais de 200 técnicas e ferramentas da criatividade. Você não precisa usar mais do que 10, para potencializar o resultado criativo seu e o das equipes de que você faz parte.
De acordo com as leis de Black, criatividade é uma questão de postura. As escolhas que fazemos ao longo de nossas vidas, ou as que fazem por nós antes que possamos fazê-las, determinam o caminho que vamos seguir. "Depende de nós buscar ou descobrir a auto-motivação que nos torna ou nos mantém criativos, como descobrir ou revelar as paixões que fazem com que nós saiamos de casa todos os dias; desfrutar do prazer que as descobertas criativas proporcionam; gostar cada dia mais de nossa vida, e se ela não estiver como queríamos, movermo-nos naquele sentido", lembra Massareto.
Fonte: Por Ticiana Werneck, in www.consumidormoderno.com.br
Massareto também é palestrante e co-autor de "Potencializando sua Criatividade" (DVS Editora). Em suas aulas e palestras, apresenta técnicas de estímulo e desenvolvimento da criatividade, para gerar inovação, enfatizar a exploração de estratégias para desbloqueio da capacidade de geração de idéias e aplicar o conhecimento em situações práticas. Ele é categórico: "criatividade combina três fatores, conhecimento, imaginação e avaliação". O processo criativo não acontece por acaso, ocorre quando há domínio do conhecimento suficiente que a sustente e a promova. "Solucionar problemas tem sido uma das principais funções da criatividade ao longo da história. Problemas do tipo: como mover uma pedra muito pesada, como fazer e manter aceso o fogo, como descobrir se uma raiz desconhecida é ou não comestível, como unir nove pontos com quatro retas consecutivas ou com a fome no mundo", destaca o professor.
Ao contrário do que muita gente acredita, criatividade tem muito mais a ver com repertório do que com inspiração divina. É método, processo, controle e resultado. "Criatividade vai além. Lidamos com pessoas, constituímos equipes, grupos, times, e as pessoas têm perfis diferenciados, resultado de suas histórias pessoais. Nossas equipes ocupam posições e nelas é preciso avaliar se a empresa e o ambiente são propícios para a prática da criatividade", diz Massareto.
Atitudes como viajar para lugares diferentes, experimentar uma nova culinária, diversificar a leitura ou até mesmo fazer outro caminho para o trabalho, também estimulam a criatividade. Em resumo, para dominar essa habilidade é preciso vontade e falta de tempo não pode ser desculpa.
Principalmente para executivos de alto escalão com uma rotina pesada, lotada de compromissos e responsabilidades, ter o diferencial da criatividade torna-se altamente valioso. Até mesmo para encontrar soluções inusitadas para problemas aparentemente sem solução.
Segundo o professor, "a pior atitude que uma pessoa pode adotar, profissional ou pessoalmente, é a de se contentar com a primeira resposta certa diante de uma situação que exige uma solução". A melhor solução não é necessariamente a primeira, esta é apenas a primeira alternativa ou a primeira resposta certa.
As 8 leis da criatividade de Alan Black
Convencer alguém de seu potencial criativo não é assim tão simples. "Passamos mais de metade de nossas vidas repetindo tarefas rotineiras, sem nos provocarmos, sem nos surpreendermos ou sem procurar surpreender clientes, patrões, comunidade ou pessoas de nosso convívio", conta Massareto. São muitos os fatores de bloqueio à criatividade, mas as ações para reativar essa qualidade das pessoas são práticas e fáceis de implantar. Alan Black, consultor norte-americano, sugere oito leis da criatividade e do pensamento criativo, aqui complementadas por Humberto Massareto:
Quebre os lápis de cor: transgrida e aja como se fosse uma criança em seu primeiro dia de aula, que não conhece as regras e que não precisa manter seus lápis inteiros. A combinação das partes coloridas dos lápis de várias cores podem produzir resultados inesperados.
Construa comunidades criativas: se duas pessoas pensam exatamente da mesma forma, uma delas é desnecessária. Construa comunidades que facilitem e promovam a divergência e discussão (em seu sentido mais positivo) de idéias criativas para as diferentes situações do cotidiano corporativo.
Aqueça-se para criar: assim como quando vai à academia, aqueça-se e prepare-se para os momentos em que sua criatividade será mais exigida. O ambiente, em todos os seus aspectos sensorial-perceptuais, interferem na qualidade de nosso produto criativo. Condições agradáveis de iluminação, ventilação, acomodação, ruído, aroma e até mesmo paladar favorecem o estado mental mais adequado à criatividade. Mas nem sempre é ou pode ser assim. No trânsito, quando você deve decidir por uma entre duas ou mais opções de caminho, você não dispõe das condições que desejaria. Nessas horas a melhor forma de seu cérebro driblar as condições menos favoráveis é oferecer a melhor opção de resposta. Aplique técnicas de pensamento divergente e convergente: a professora de criatividade da FAAP, Stela Maris Sanmartin, repetia com insistência para que nós, seus alunos, não esquecêssemos "divergir para convergir". Divergir, gerar opções, e convergir no sentido das respostas de melhor qualidade. Sem dúvida você já aplicou muitas dessas técnicas para resolver as mais diferentes situações. Entre as técnicas divergentes estão: brainstorming, brainwriting, relações forçadas; entre as convergentes: potencial positivo de interesse, matriz de valor, identificação de pontos fortes e solução criativa de problemas.
A anti-criatividade: sempre que assumirmos que sabemos tudo sobre algo ou algum assunto, nós limitamos nossa capacidade criativa, pois perdemos a curiosidade. Evite a anti-criatividade, jamais contente-se com o que você já sabe, pois sempre será possível ir além.
O ambiente criativo: além dos aspectos sensorial-perceptuais mencionados na lei número 3, o ambiente criativo considera também as atitudes, suas e das pessoas com quem convive e interage. Em relação a cada um de nós, há pelo menos quatro tipos de pessoas com quem lidamos: iguais, complementares, contrastantes, contraditórias. E também há as frases que aniquilam idéias, como "Isso não vai funcionar", "Esse projeto não cabe em nosso orçamento", ou "A diretoria jamais aprovará essa idéia" devem ser substituídas por prêmios para idéias criativas, para o apoio aos projetos, para o encorajamento. No momento de convergir, a hora de colocar os pés no chão, você e sua equipe poderão avaliar se a idéia pode ou não ser implantada naquele momento.
O Q+?: isso em sua mão é um livro, e o que mais? Um leque, um peso para papéis, um suporte para preencher um cheque, um chapéu para proteger o penteado da chuva. Olhe para tudo ao seu redor, olhe para as situações que pedem soluções em sua empresa e pergunte-se: "O que mais?".
Realidade ou ilusão: nem tudo é o que parece. Nem sempre o que você imaginou é exatamente a verdade. Muitas pessoas nos Estados Unidos suicidaram-se ou morreram do coração quando, no dia das bruxas de 1938, Orson Welles narrou da rádio Mercury a invasão da Terra por marcianos, baseando-se no livro a Guerra dos Mundos de Herbert George Wells. O que sentiriam nossos bisavós ao assistirem nos dias de hoje no cinema ou em DVD com som 5:1 um filme de ficção científica?
Ferramentas e técnicas da criatividade: são mais de 200 técnicas e ferramentas da criatividade. Você não precisa usar mais do que 10, para potencializar o resultado criativo seu e o das equipes de que você faz parte.
De acordo com as leis de Black, criatividade é uma questão de postura. As escolhas que fazemos ao longo de nossas vidas, ou as que fazem por nós antes que possamos fazê-las, determinam o caminho que vamos seguir. "Depende de nós buscar ou descobrir a auto-motivação que nos torna ou nos mantém criativos, como descobrir ou revelar as paixões que fazem com que nós saiamos de casa todos os dias; desfrutar do prazer que as descobertas criativas proporcionam; gostar cada dia mais de nossa vida, e se ela não estiver como queríamos, movermo-nos naquele sentido", lembra Massareto.
Fonte: Por Ticiana Werneck, in www.consumidormoderno.com.br
Comentários