Transcrevo aqui a íntegra do artigo "Uma ponte entre a realidade e a oportunidade", escrito por Luca Cavalcanti, Diretor de Marketing do Bradesco, e publicado no portal da revista Meio & Mensagem. O texto explica que os profissionais de marketing devem manter a mente aberta e os olhos atentos em relação ao poder das tecnologias de informação que pode atuar como ponte entre os objetivos de negócios das empresas e as necessidades dos clientes. Vale a pena conferir:
"A transição que vivenciamos da sociedade industrial para a sociedade de informação estabeleceu uma série de novos paradigmas em todas as esferas da atividade humana, impactando profundamente a economia, a política, a cultura, os costumes, o processo produtivo e as relações de trabalho.
Na condição de profissionais de marketing, a faceta que mais nitidamente vivenciamos da também chamada Sociedade do Conhecimento é a avassaladora mudança por ela gerada no ambiente organizacional, seja por meio da consolidação de produtos, serviços ou de sistemas de informação. Ela afeta diretamente as empresas e os tomadores de decisão, que são obrigados a lidar com cenários cada vez mais instáveis e comportamentos de consumo cada vez mais efêmeros e, diante deles, serem mais organizados, competentes e ágeis.
Apesar de crescentemente desafiador, esse panorama não é apenas pautado por uma acirrada competitividade entre as organizações. A conectividade, a integração e a simultaneidade próprias da Sociedade da Informação descortinaram toda uma gama de possibilidades para quem enxergou a oportunidade de promover a inclusão da população de menor renda no universo do consumo por meio das tecnologias de informação.
A sofisticação dessas tecnologias, que rompem limites de tempo e distância, transpondo barreiras sociais, culturais e políticas, promove verdadeira democratização do acesso à informação, numa era em que o saber equivale à moeda corrente mais valiosa.
Exemplos da preciosa convergência entre essas tecnologias e a comunicação brotam de todos os lados, gerando as situações mais insuspeitas, e tanto o Estado quanto a iniciativa privada estão atentos a essa verdadeira revolução, sustentada por aspirações de consumo das classes C e D que, uma vez beneficiadas pela estabilidade econômica, são cada vez mais semelhantes às das classes A e B.
Um exemplo disso é o fomento do governo federal ao acesso à internet, por meio do chamado computador popular e do PC Conectado, plano de acesso subsidiado voltado às microempresas e famílias das classes C e D.
Desnecessário discorrer sobre as conquistas socioculturais e econômicas que o acesso à rede traz às pessoas, mas é curioso constatar os desdobramentos mercadológicos que esse fato pode gerar.
O efeito da popularização do micro, iniciada em 2005, reverberou fortemente no mercado de comércio eletrônico brasileiro: ao contrário dos anos anteriores, quando a expansão era alimentada pelos consumidores das classes A e B, dessa vez é o usuário de classe C o principal responsável pelo forte crescimento das lojas virtuais. Nos seis primeiros meses de 2006, o comércio eletrônico atraiu 1 milhão de novos clientes e movimentou R$ 1,7 bilhão em vendas, 80% a mais que no mesmo período de 2005 (dados e-bit).
Essa explosão de consumo mexeu com o mundo virtual. As lojas online, que nasceram com o perfil mais elitista, estão fazendo reformas importantes nos seus modelos de negócio, que vão desde a oferta de produtos para todos os bolsos até mais opções de pagamento e financiamentos. Amparado por instituições financeiras que, com diversos produtos, trabalham cada vez mais em prol do poder de consumo, o consumidor se relaciona com o varejo com uma pró-atividade jamais vista antes.
Segundo pesquisas e pareceres de especialistas, é a telefonia móvel o setor que mais eficazmente está incluindo a população de menor renda no universo das tecnologias.
Cada vez mais usual em meio às classes C e D, a possibilidade de abandonar a telefonia fixa por um aparelho móvel mostra que essa mudança, já promovida em mercados mais maduros, pode começar no Brasil por essas classes. Estatísticas mostram que a substituição se dá principalmente pelos celulares pré-pagos.
Nada admirável constatar então que, em um universo onde 31% dos mais de 100 milhões de usuários de celulares no Brasil que já usam mensagens de texto, 32% sejam da classe C e 19% sejam das classes D e E (Latin Panel 2007). O motivo: baixo custo em relação à ligação de voz.
Exemplos como esses ilustram uma riqueza de oportunidades invisíveis até poucos anos atrás, e mostram que, enquanto profissionais de marketing, devemos manter a mente aberta e os olhos atentos em relação ao poder das tecnologias de informação que, em um país de enormes desigualdades como o nosso, pode atuar como ponte entre nossos objetivos e as aspirações de nossos clientes".
Fonte: Por Luca Cavalcanti, in www.meioemensagem.com.br
"A transição que vivenciamos da sociedade industrial para a sociedade de informação estabeleceu uma série de novos paradigmas em todas as esferas da atividade humana, impactando profundamente a economia, a política, a cultura, os costumes, o processo produtivo e as relações de trabalho.
Na condição de profissionais de marketing, a faceta que mais nitidamente vivenciamos da também chamada Sociedade do Conhecimento é a avassaladora mudança por ela gerada no ambiente organizacional, seja por meio da consolidação de produtos, serviços ou de sistemas de informação. Ela afeta diretamente as empresas e os tomadores de decisão, que são obrigados a lidar com cenários cada vez mais instáveis e comportamentos de consumo cada vez mais efêmeros e, diante deles, serem mais organizados, competentes e ágeis.
Apesar de crescentemente desafiador, esse panorama não é apenas pautado por uma acirrada competitividade entre as organizações. A conectividade, a integração e a simultaneidade próprias da Sociedade da Informação descortinaram toda uma gama de possibilidades para quem enxergou a oportunidade de promover a inclusão da população de menor renda no universo do consumo por meio das tecnologias de informação.
A sofisticação dessas tecnologias, que rompem limites de tempo e distância, transpondo barreiras sociais, culturais e políticas, promove verdadeira democratização do acesso à informação, numa era em que o saber equivale à moeda corrente mais valiosa.
Exemplos da preciosa convergência entre essas tecnologias e a comunicação brotam de todos os lados, gerando as situações mais insuspeitas, e tanto o Estado quanto a iniciativa privada estão atentos a essa verdadeira revolução, sustentada por aspirações de consumo das classes C e D que, uma vez beneficiadas pela estabilidade econômica, são cada vez mais semelhantes às das classes A e B.
Um exemplo disso é o fomento do governo federal ao acesso à internet, por meio do chamado computador popular e do PC Conectado, plano de acesso subsidiado voltado às microempresas e famílias das classes C e D.
Desnecessário discorrer sobre as conquistas socioculturais e econômicas que o acesso à rede traz às pessoas, mas é curioso constatar os desdobramentos mercadológicos que esse fato pode gerar.
O efeito da popularização do micro, iniciada em 2005, reverberou fortemente no mercado de comércio eletrônico brasileiro: ao contrário dos anos anteriores, quando a expansão era alimentada pelos consumidores das classes A e B, dessa vez é o usuário de classe C o principal responsável pelo forte crescimento das lojas virtuais. Nos seis primeiros meses de 2006, o comércio eletrônico atraiu 1 milhão de novos clientes e movimentou R$ 1,7 bilhão em vendas, 80% a mais que no mesmo período de 2005 (dados e-bit).
Essa explosão de consumo mexeu com o mundo virtual. As lojas online, que nasceram com o perfil mais elitista, estão fazendo reformas importantes nos seus modelos de negócio, que vão desde a oferta de produtos para todos os bolsos até mais opções de pagamento e financiamentos. Amparado por instituições financeiras que, com diversos produtos, trabalham cada vez mais em prol do poder de consumo, o consumidor se relaciona com o varejo com uma pró-atividade jamais vista antes.
Segundo pesquisas e pareceres de especialistas, é a telefonia móvel o setor que mais eficazmente está incluindo a população de menor renda no universo das tecnologias.
Cada vez mais usual em meio às classes C e D, a possibilidade de abandonar a telefonia fixa por um aparelho móvel mostra que essa mudança, já promovida em mercados mais maduros, pode começar no Brasil por essas classes. Estatísticas mostram que a substituição se dá principalmente pelos celulares pré-pagos.
Nada admirável constatar então que, em um universo onde 31% dos mais de 100 milhões de usuários de celulares no Brasil que já usam mensagens de texto, 32% sejam da classe C e 19% sejam das classes D e E (Latin Panel 2007). O motivo: baixo custo em relação à ligação de voz.
Exemplos como esses ilustram uma riqueza de oportunidades invisíveis até poucos anos atrás, e mostram que, enquanto profissionais de marketing, devemos manter a mente aberta e os olhos atentos em relação ao poder das tecnologias de informação que, em um país de enormes desigualdades como o nosso, pode atuar como ponte entre nossos objetivos e as aspirações de nossos clientes".
Fonte: Por Luca Cavalcanti, in www.meioemensagem.com.br
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