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Comunicação Corporativa na China

Uma das conferências internacionais do 10º Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa, realizado no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, trouxe literalmente aos brasileiros um negócio da China: dados recentes e pouco divulgados sobre a comunicação corporativa daquele país.

O professor Michael Goodman, diretor do Instituto de Comunicação da Fairleigh Dickinson University, nos Estados Unidos, esteve no dia 17 de maio no congresso para apresentar seu estudo, realizado durante agosto de 2005 e julho de 2006 com 23 empresas de diversos setores.

"A comunicação corporativa é indispensável para a maioria dos CEOs e presidentes das companhias na China. Lá, os profissionais da área ocupam posições mais relevantes se compararmos com o Ocidente", contou Goodman. O fato, segundo ele, se explica pelo contexto chinês. Sob o regime comunista desde 1949, o país abriu o mercado nos últimos anos para investimentos internos e externos. Por isso, neste momento, as empresas priorizam esforços na divulgação de suas marcas (branding).

Para dar uma idéia das prioridades de comunicação, Goodman explicou que o gerenciamento de crises é considerado uma prática subdesenvolvida. Há também preocupação com meio ambiente, responsabilidade social e educação, porém, tais questões competem ao governo e não devem ser transgredidas sem autorização. "As empresas são subordinadas a representantes regionais do Partido Comunista", contou.

Guanxi - Goodman aconselhou os brasileiros, se estabelecerem negócios com os chineses, a conhecerem primeiramente os costumes daquele país, já que conhece empresários que investiram na China mas tiveram prejuízo ao não respeitarem os costumes da população. "Trata-se de uma cultura complexa e desafiadora". Um dos conceitos mais importantes é Guanxi (confiança), que migrou das relações sociais para as relações comerciais. "Não se conquista um chinês com presentes. Eles não toleram qualquer tipo de aliciamento. A confiança só se conquista com o tempo", explicou o professor.

Goodman, no entanto, relatou que os valores daquele país estão passando por um processo de "ocidentalização" no que se refere ao mercado em constante expansão. "Muitos querem fazer negócio com a China e os chineses estão se desenvolvendo de uma maneira globalizada que jamais poderíamos imaginar", concluiu.


A título de ilustração, reproduzimos alguns números da pesquisa:
- 17, 4% das empresas pesquisadas lucram por ano mais de 1 bilhão de dólares e 30,4% têm mais de mil empregados
- a maioria dos profissionais de comunicação é composta por homens, de 35 a 39 anos, 40% tem nível de formação superior e recebem em média um salário de 20 mil dólares por ano


Fonte: Por Igor Rangel de Andrade, in congressomegabrasil.maxpressnet.com.br

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