Pular para o conteúdo principal

Comunicação com o consumidor

No 10º Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa, realizado em maio, em São Paulo, a palestra "Comunicação com o Consumidor", sob o tema "A Comunicação Dirigida ao Novo Consumidor Brasileiro", teve dois expositores: Jefferson Correia, gerente de Comunicação da Kimberly-Clark Brasil; e Alexandre Loures, gerente de Comunicação Corporativa da AmBev. Ambos falaram mais especificamente de seus produtos mais tradicionais: Correia, de absorventes e papel higiênico, e Loures, de cerveja. A mediadora foi Patrícia Gil, da Máquina da Notícia.

Usando algumas frases famosas, Jefferson Correia foi quem deu o primeiro recado, falando sobre a necessidade das empresas vencerem as resistências iniciais dos próprios consumidores. Começou citando aquela do banqueiro que quis dissuadir um advogado de Henry Ford de investir na fabricação de automóveis: "o cavalo veio para ficar, o automóvel é novidade passageira", mas logo situou sua apresentação no mercado nacional, ao se referir aos celulares. Segundo ele, o "boom" dos celulares seria uma das provas de que o consumidor brasileiro não é resistente às novidades. E atestou: "O consumidor no Brasil pensa como o europeu, mas, decidida a compra, consome como o norte-americano". E entrou no case da Kimberly, inovadora ao apresentar ao público o papel higiênico em rolo e o absorvente, enfrentando, na puritana sociedade dos EUA, a recusa dos comerciantes em expor o produto para venda. Para ele, os tabus têm de ser enfrentados e deve se investir numa educação para o consumo. Uma das iniciativas da Kimberly em curso, que ilustra bem a situação, é o projeto "Intimus nas Escolas", com atuação em 45 cidades e 210 mil estudantes atendidas.

Para Alexandre Loures, a grande inovação está com quem trabalha a comunicação do produto dentro da empresa, e não no consumidor em si. "É da porta para dentro". Para ele, os comunicadores precisam perder o medo de explicar obviedades e ter envolvimento direto nas metas; participação efetiva na concepção dos projetos; política de Comunicação difundida; mensuração permanente dos resultados; extrapolar o limite de atuação; e relevância na corporação. Loures acha que "acabou a função de assessor de imprensa, hoje o profissional de Comunicação deve agir como um resolvedor de problemas". Trocando em miúdos, "é necessário atingir a Mídia de forma pró-ativa", finalizou.


Fonte: Por Omar Luiz Cupini Jr, in congressomegabrasil.maxpressnet.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç