Pular para o conteúdo principal

'Política do sono' pode ajudar a aumentar lucro

Respeitar o sono dos funcionários pode ser bom para o lucro das empresas. Médicos especializados em distúrbios do sono afirmam que espaços para sonecas de alguns minutos durante o expediente e a flexibilização dos horários de entrada e saída dos empregados podem aumentar - e muito - a produtividade.

Segundo a médica Anna Karla Alves Smith, do Instituto do Sono de São Paulo, cada pessoa tem um padrão biológico de sono. Por isso, é natural que alguns gostem de dormir e acordar cedo, enquanto outros tenham melhor rendimento acordando mais tarde. A flexibilização do horário, neste sentido, é fundamental para trabalhar mais e melhor.

Segundo o professor de ciência do sono da Escola de Medicina de Harvard, Charles Czeisler, a adoção de uma política do sono não é apenas uma questão de bem-estar, mas também de segurança do funcionário. “A política de sono de nenhuma empresa deve permitir que ninguém, em nenhuma circunstância, dirija depois de passar a noite em um avião”, disse Czeisler à ‘Harvard Business Review’.

Dentro da política do sono das empresas, o estabelecimento de espaços para sonecas rápidas, de recarregamento de energias, é recomendada pelos especialistas. Quinze minutos no meio do dia, em um ambiente agradável, podem fazer a diferença, especialmente para quem tem uma atividade estressante, não cuida da alimentação e já está passando dos 40 anos.

"Esses minutos permitem que a pessoa desacelere, para que possa dormir melhor", diz a médica Anna Karla. Assim, a soneca - ou apenas o relaxamento por 15 minutos, caso a pessoa não consiga ou queira dormir - acaba tendo um positivo "efeito dominó": com a pausa, a pessoa acaba tendo mais chances de dormir melhor à noite e, por conseqüência, estar mais preparada para trabalhar no dia seguinte.

Para quem não sofre de distúrbios graves do sono, a recomendação do Instituto do Sono para um sono melhor é "levar uma vida light". "São exercícios simples, como a redução do consumo de cafeína, que é estimulante; a redução da quantidade de comida ingerida à noite; a diminuição do número de cigarros e doses de bebida alcoólica; e a prática de exercícios físicos", explica Anna Karla.

Descanso a qualquer hora
Quem pensa que a rede mais disputada na sede do Google no Brasil é a mundial de computadores está enganado. A rede que é atração na sede brasileira da gigante da internet é tipicamente maranhense, daquelas de deitar e dormir.

Este foi o toque brasileiro que o tradicional espaço de descanso das sedes do Google em todo mundo recebeu quando a sede de São Paulo foi inaugurada, há cerca de um ano. Iluminado à meia luz, o espaço de descanso do Google Brasil tem, além da rede, pufes, sofás, prateleira de guloseimas e até uma cadeira que massageia o corpo inteiro, dessas que a gente só vê em hotel cinco estrelas.

E o melhor de tudo: tirar uma soneca é permitido a qualquer hora do dia. E o diretor-geral do Google Brasil, Alexandre Hohagen, garante: não há vigilância sobre como os 65 funcionários usam o espaço de descanso. Dormir, descansar, comer doce ou levar o laptop para trabalhar ali é comum todos os dias, em qualquer horário.

A informalidade dá o tom na sede do Google Brasil: a idéia, aliás, foi reproduzir o clima de um dormitório de universidade. Além de dormir, os "universitários" da empresa também podem jogar dardos, frisbee ou comer um sanduíche na cozinha enquanto trabalham. Tudo em nome da criatividade.

Para Hohagen, o Google acredita que provavelmente uma idéia criativa, que pode melhorar o produto da empresa, surgirá mais rapidamente em um ambiente relaxado do que se o funcionário estiver sempre "amarrado" à própria mesa.

Mas engana-se quem pensa que a soneca é institucionalizada somente em empresas "modernas" como o Google. A Semco, fabricante de equipamentos industriais (ar condicionado e sistemas de refrigeramento, por exemplo), é exemplo de um negócio tradicional administrado de maneira diferente. A companhia dirigida por Ricardo Semler oficializou a hora do descanso ainda nos anos 80.

Diferente do Google, as redes da Semco ficam ao ar livre, ao lado de um espaço que é normalmente para churrascos, jogos e confraternização de funcionários. A consultora de recursos humanos da empresa, Flordelice Bassanello, explica que a Semco deixou para trás os horários rígidos e aos poucos liberou os funcionários a cumprirem a carga horária da maneira que quiserem - o que pode incluir uma soneca no meio da tarde.

O processo começou no início dos anos 80, com a criação de uma cozinha que fica bem no meio dos escritórios, e evoluiu a ponto de a empresa incentivar a busca de espaços alternativos para o trabalho. Desde então, a produtividade e a satisfação dos funcionários na empresa só fez aumentar.

Segundo Flordelice, o bom resultado é obtido porque, com horários alternativos e de descanso, a empresa não ignora a vida do funcionário fora do trabalho. "Hoje, as pessoas estão livres para adequar o trabalho à vida pessoal. Podem trabalhar meia hora a menos, usar diferentes escritórios da Semco e até, em alguns casos, fazer suas tarefas em casa", explica.


Fonte: g1.globo.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç